24 de setembro de 2011

Monólogo da Crise existencial

Não. Não posso mais expressar meus devidos sentimentos! Todos estão me olhando. Todos tem meu facebook e eu não posso, por exemplo,  dizer que eu... Ah, ta vendo? Eu não posso dizer senão alguém vai ler! Ora essa, que coisa desagradável.  Amigos, familiares, colegas de trabalho, todos dizendo “Eu leio seu blog” “ eu li o seu blog”, aaaah, façam o favor! E a minha privacidade, onde é que fica? Como posso falar o que eu penso se o que eu penso estará disponível?! Como poderei satirizar o... Oh MEU DEUS! Eu não posso falaaar o que eu queria satirizar senão tudo estará perdido! E agora? Pra quem eu digo? Como é que eu digo? Subjetivamente? Nãããão! Eles saberão, eu sei, mesmo sendo subjetivo. A subjetividade é algo complicado, porque quem é que leia pode se identificar e pensar “isso foi pra mim!”
Oh Carol, Oh Carol... Mas um blog sobrevive de pessoas lendo. SIM, SIM, EU SEI! Mas jamais poderei ser (ainda bem) como a Bruna Surfistinha e postar as minhas confissões! Apesar de querê-las! Não, não posso! Estou aqui, eu comigo, eu aqui. Quero e não posso, imagino mas não crio! Siiim! É a maldição das redes sociais! É a doença do século XXI! Sim, estou enxergando. Na mesma proporção das pessoas viciadas em celulares eu, eu... É como se fosse uma crise existencial, vocês entendem?! SEJA FELIZ COM A CAROL-OL-OL, mas qual o quê! A Carol não pode falar tudo! Mas no fim pode sim, porque então é só falar! Oh! Oh! Não estou conseguindo lidar com isso. Meu deus, estou apontando o dedo pro meu próprio rosto! HEEEI, TIRE O DEDO DA MINHA CARA! Quem você pensa que é?!!! Oh meu deus! Sou eu! Que má educada da minha parte! Que falta de respeito! ESTOU GRITANDO COMIIIIIGO?! Abaixa a bola aí mocinha!!! Não fale desse jeito comigo mesma que eu NÃO GOSTO DISSO, ok?! Ai que insuportáááável! É TPM isso? Ah, nem é! Qualé, parece um cara falando! “é TPM isso?” Que frase clichê! Gente, estou sendo muito clichê? É ISSO? Estou sendo repetitiva, repetitiva, repetitiva?! Oh... O que posso fazer agora?! Que cara é essa Carol? (acabei de me olhar no espelho, é assustador mesmo)
To me chamando de feia, é isso?! COMO ASSIM?! Oh deus... vocês estão lendo isso! Que terrível, que horror...! Mas e a privacidade? Ah, nem falei o que queria falar mesmo... Nem pude dizer que... Oh, não não! Não posso dizer, fique quietinha! Eles lerão!  Ta me mandando calar a boca, é isso?! “Não, cale os dedos!” Ahhh, to debochada, é isso! SÍNICA!
SIIINICA?! Não! Chama-se precaução!  É loucura, isso sim! Já procurou um psicólogo? Isso pode piorar... Ah, é verdade, eu já passo em uma.  Então seu (meu na verdade) é problema pra psiquiatra. PSIQUIATRA?  Eu já passo em um e ele... Bem, ele não bate muito bem, eu acho. Ei, e se sua(minha) psicóloga ler isso?! Talvez ela ache que eu nunca deva receber alta. Oh deus! Está vendo? Não posso me expressar mais, eu não posso...

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Licença Creative Commons
A obra Seja Feliz Com a Carol-ol-ol de Carolina Hanke foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil.
Com base na obra disponível em carol-ol-ol.blogspot.com.

10 de setembro de 2011

O Planejamento Estratégico de Vida de Ana Paula Cadamuro

Tudo começou quando Ana Paula Cadamuro cortou o cabelo e ninguém raparou, assim como o meu.  Mas o vento soprou seus cabelos ondulados, ela andou levemente em “câmera lenta”, seu perfume espalhou-se para todos os lugares e seu celular tocou.
Era da InfoJobs, com uma proposta de emprego imperdível. Sim, Ana Paula havia conseguido um emprego de recepcionista bilíngüe na Metropolitana! ( o que tem a ver metropolitana com cargo bilíngüe? É que ela conseguiu os dois. OS DOIS.).
O fato é que, além de recepcionista bilíngüe da metropolitana, Ana também é atriz, cantora, modelo e dançarina. Não é freira e nem puta. Ah, porque nem toda feiticeira é corcunda e nem toda brasileira é bunda!
E aí que a Ana arrasa no teatro e desperta a paixão de um... de um... De um... Alto, bonito, simpático, interessante... e.... senhor.
Mas o que pode ser feito contra  o amor?! Ana também se apaixona pelo velinho! Ah, quanta experiência ele tem! Só de experiência ele deve ter uns 30 anos! Ah, Ana vai aprender muito com ele, muito...
De repente Ana está noiva! Mas tão nova assim? É que na verdade Ana quer dar o golpe do baú, infelizmente não conhecia esse seu lado meio ambicioso. Ele já é tão velho mesmo, ué!
Chega a noite de núpcias! Ahhh, Ana vai desfrutar de tooooda aquela experiência... Nossa, são muitos anos de experiência. Ana está ansiosa pela experiência. Mas não é que o velho tem um infarto quando vê Ana e morre?! Foram tantas emoções... Bem na noite de núpcias. Então quer dizer que Ana matou o próprio marido pra ficar com a herança?
Que escândalo! Ana está presa até provas convictas de que ela não matou seu marido! Mas Ana está rica. A herança é dela, ela trabalha na metropolitana e é bilingui! E é isso que importa! 





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