8 de dezembro de 2012

O fim do mundo está chegando!


Quer dizer que é assim? Os Maias veem, dizem que o mundo vai acabar e fica por isso mesmo? Bem, se isso for acontecer, temos pouco tempo! Quer dizer que eu passei DOIS ANOS vendo filosofia na Fapcom pra nem sequer sair formada? Ah não! Tem algo errado aí! Qual o quê!
“Ah, só esperando mesmo pra ver. No dia 21 saberemos!” NÃO!!! Não podemos esperar pra ver, porque talvez não veremos nada! Ai meu deus, sou tão jovem pra morrer. Por isso que o recesso na empresa onde eu trabalho vai ser no dia 21, né? Safadinhos.
Ora, também não sei o que podemos fazer! PAREM DE ME OLHAR ASSIM. E PAREM DE RIR! E ei, não feche a janela. É coisa séria. 
Não sei o quanto pode ser intriga da oposição. Devo me esconder no porão e estocar latas de sardinhas? Como? Se eu não tenho um porão e nem gosto de sardinhas?
Devo sair loucamente por aí? Abandonar os últimos dias de emprego? Fazer tudo que eu não fiz? É isso, produção?
Tudo começa quando eu resolvo acreditar que o mundo vai acabar dentro de dias. Quando meus pais chegam em casa, depois do trabalho, me encontram com uma mochila de escoteiro pronta pra partir:

- O que é isso, Carol?

- Vou me refugiar em algum lugar.
- Quem é esse cara com você?
- É o seu Antonio.
- Seu Antonio?
- Sim, ele mora na rua. Ele também acha que o mundo vai acabar e vai vir comigo.

Seria o Seu Antonio o “Bonitão da Faculdade?”. A vida nos trazendo surpresas e ensinamentos, sempre.
E depois de andar por aí a procura de um lugar pra me refugiar, depois de abandonar o emprego e a família, de assaltar supermercados e ter comida enlatada para sobreviver por 6 meses, deito-me e espero que o apocalipse aconteça:

- Seu Antonio, pare de comer toda nossa comida.
- Estou com fome.
- TEMOS QUE ECONOMIZAR!
- Passei minha vida inteira economizando!!!
- Me dá essa merda de atum aqui!
- Me larga! – Berra o Seu Antonio, e logo em seguida, me dá um tabefe na cara.


Enquanto isso, os dias seguem normalmente. Algumas outras pessoas também se preparam para o grande final, estocando comida. Outras, céticas, nem sequer dão importância e continuam sua vida normalmente.

- Carol! Volte pra casa!
- Mãe, você deveria estar comigo! Não quero te perder! Venha para a gruta que eu arrumei!

“Vou morrer sem ir para Paris” – reflito. “Vou morrer sem ter peitos. Sem ter um dia sequer de riqueza...”

E então, num súbito tenho uma ideia! Cinco dias antes do juízo final, resolvo fazer todas as coisas que não poderia fazer – ou pelo menos uma parte. Depois é só eu voltar para gruta no dia 20.
Pinto meu cabelo de azul e fico amando a mim mesma. Paro uma velhinha cheio da grana e roubo toda a carteira dela. Gasto o dinheiro com besteiras e comida. Arranjo outro velinho e pego mais dinheiro. Sequestro meu ex e o envio dentro de uma caixa para a África, com passagem só de ida.
Pulo de paraquedas. Voo num balão. Nado com golfinhos. Pago a Ana Carolina para fazer um show particular só para mim, e depois a agarro.  Pego um rockeiro cabeludo. Um não, vários. 
Chega dia 21 e...

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Continua...







Licença Creative Commons
A obra Seja Feliz Com a Carol-ol-ol de Carolina Hanke foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil.
Com base na obra disponível em carol-ol-ol.blogspot.com.

4 comentários:

  1. morrer sem ter peitos foi demais..e concordo com a passagem para a Africaa! hahahahaha

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  2. Não perde a chance de alfinetar o "Bono" né?
    Muito bom o texto!

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  3. (...)"morrer sem ir para Paris” – reflito. “Vou morrer sem ter peitos." também acho que foi a melhor rsrsrsrsrs.
    Mas gostei desse planejamento ou 'não planejamento', só acho que os planos pra ir pra Paris é caro e custa muito, eu no seu lugar daria preferencia para um mochilão até o sul do Brasil ou sei lá, Patagônia. Bjo

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