Escondidinho de Carne Seca

Meu irmão, tal cozinheiro exibido, que tenho de confessar de mãos cheias. É chato, é mala, mas cozinha bem, fazer o quê né?

Ouço há semanas do tal escondidinho de carne seca dele. Da tal receita e do tal almoço que ele vai fazer convidando meus avôs. Sabe? Almoço de família no domingo, tale coisa e coisa e tale. Depois do fim do almoço, a louça sobra sempre para os mais fracos e oprimidos, ou seja, eu. E os avós dormem sentados no sofá, como se estivessem vendo TV. Adoro esses clássicos da vida, apesar da louça, claro.

Domingo passado, como já havia avisado que estaria em casa, foi o combinado do tal escondidinho de carne seca. E pior de tudo, que é um porre escrever escondidinho de carne seca. Já parou pra pensar que existem uns nomes de comidas muito estranhos e broxantes? Tipo, rabada! RABADA! Fala sério.

Só que ao convite de almoço pros meus avôs, foi descoberto que eles já haviam convidado, no mesmo dia, meu tio pra almoçar na casa deles. (E fico me perguntando por que não chamou a gente, afinal, comida da avó é, sem dúvidas, mil vezes melhor do que os dotes culinários do meu irmão, da minha mãe e de toda a família junta).

Eis que surge a traíragem! É galerinha, mães também traem. Mães traem seus filhos e dizem que a culpa não foi dela. E ainda é capaz de colocar a culpa em você mesmo, se for preciso.

Ela convidou meus avôs no domingo que irei trabalhar! Simples assim. Sem ao menos pensar em mim, nos meus sentimentos.

Pedi ao meu irmão, pra que deixe o escondidinho de carne seca, ESCONDIDO, pra quando eu chegar, comer. Propicio pro nome, né? E olha que eu nem gosto de carne seca.

A obra Seja Feliz Com a Carol-ol-ol de Carolina Hanke foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil.
Com base na obra disponível em carol-ol-ol.blogspot.com.